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Bacci Notícias - (18/09/2025)

Arroz e feijão mais baratos: saiba a tendência dos preços com a Reforma Tributária

O café é um dos produtos mais consumidos no Brasil, que segue mais caro

O prato mais comum na mesa do brasileiro ficou mais barato em 2025: arroz e feijão. De acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), há uma queda de preço considerável dos dois itens no período de janeiro a agosto deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024.

De acordo com a pesquisa Consumo nos Lares, o arroz acumula retração de 19,12%, já o feijão, reduziu o preço em 5,45%.


Cesta básica mais barata; café ainda pesa

Segundo levantamento da Fundação Procon-SP com o Dieese, o valor caiu 2,21%, passando de R$ 1.325,15 para R$ 1.295,86.

A queda foi puxada principalmente por alimentos como carne de primeira, que passou de R$ 47,20 para R$ 45,50 o quilo, e carne de segunda, de R$ 34,30 para R$ 33,34 o kg. O café em pó teve leve recuo de 1,6%.

Outros itens também caíram: batata (-20,73%), cebola (-16%), alho (-9,49%) e ovos (-6,59%).


Produtos que subiram

Apesar da melhora em agosto, o panorama dos últimos 12 meses ainda preocupa. O café em pó subiu mais de 72% no ano. A carne de segunda aumentou 24,4% e a de primeira, 20,21%.

Segundo o economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, essas variações nos preços têm a ver com o clima e com o equilíbrio entre o que se produz e o que se consome.

“Várias questões climáticas afetaram a oferta desses produtos nos últimos 12 meses. O café e a carne sofreram com o clima. A carne teve aumento de custos com a engorda do gado e o café teve perda de produção em várias regiões do Brasil e até fora do país. Isso fez o preço disparar no mercado mundial”, completa o economista.

Alguns itens de higiene pessoal e alimentos tiveram aumento nos preços. O creme dental subiu 3,42%, o absorvente teve alta de 2,25% e o biscoito maisena ficou 1,43% mais caro. Já o presunto fatiado teve aumento de 1,34%, e o leite em pó integral subiu 1,33%.


Reforma Tributária vai influenciar nos preços de alimentos?

Segundo o advogado Paulo Henrique Barbosa, especialista em direito tributário, o impacto será neutro em 2026.

“A Reforma Tributária ainda estará em teste, então, as cobranças dos novos tributos não devem repercutir no preço praticado nas gôndolas”, explica Barbosa.

Ou seja, pelo menos no ano que vem, o consumidor não deve sentir diferença nos preços da cesta básica por causa da Reforma.

A partir dos anos seguintes, de 2027 pra frente, isso pode mudar, quando o novo imposto CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) estiver em vigor.

Entretanto, o impacto tende a ser pequeno, já que muitos produtos da cesta básica já são isentos de PIS/Cofins.

“Possivelmente, os efeitos práticos sobre os itens da cesta básica passem a surtir efeitos a partir de 2029, quando entra em vigor oficialmente o IBS, que substituirá o ICMS”, completa o advogado.

No entanto, o especialista alerta para o consumidor estar sempre atento e acompanhando as notícias da economia.

“Resta acompanharmos para confirmar se essas desonerações previstas pela Reforma serão efetivamente repassadas aos consumidores finais ou se, de algum modo, serão absorvidas como rentabilidade durante a cadeia produtiva. Só então poderemos medir os reais impactos”, conclui Paulo Henrique Barbosa.