O varejo se mantém aquecido, como mostra o dado da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE, que apontou alta de 0,8% em março ante a fevereiro, o que resultou em um novo recorde para a série histórica iniciada em 2000. O número reflete o mercado de trabalho, que continua com taxa de desemprego próxima da mínima histórica, e a renda do trabalho ainda em alta. É que, apesar da política monetária contracionista, os juros brasileiros estão em 14,75%, esses indicadores não devem ter uma queda abrupta, o mesmo não esperado do varejo. Mas a leitura dos economistas é que já há sim uma desaceleração, afinal, na comparação com março de 2024, há uma queda no volume de vendas de 15. Assim como no setor de serviços, a projeção dos especialistas é que essa perda de ritmo deve se aprofundar no segundo semestre.
- A diferença entre serviços e varejo é que o comércio ainda dá sinais de ritmo um pouco mais forte. O mercado de trabalho ainda aquecido, com a renda ainda em alta, favorece ao consumo principalmente de bens essenciais, de supermercados e de farmacêuticos, como mostra a pesquisa. Nos produtos farmacêuticos, há ainda um efeito adicional de os preços dos remédios aumentarem em abril, esse adicional de ser um período que tem aumento de preço de remédios, o que pode ter levado à antecipação das compras. O salto na venda dos artigos culturais, de 28%, tem relação a mudança no calendário escolar, o que favorece esse resultado. De qualquer forma, não é possível imaginar que o varejo vai manter esse ritmo ao longo de 2025 - diz o economista Rodolfo Tobler, do FGV Ibre.
Apesar de reforçar que tudo indica desaceleração, Gilberto Braga, professor do Ibmec, diz que devemos ter novos resultados positivos antes que o ritmo comece a cair:
- Os primeiros indícios do resultado do Dia das Mães mostram que o início de maio promete, e provavelmente teremos um desempenho bastante acima do que estava inicialmente previsto.
