O Conselho de Administração da Petrobras se reúne na manhã desta quarta-feira (29), para discutir o possível aumento dos preços dos combustíveis. Segundo fontes da BandNews FM, há debates, principalmente, para a alteração do valor do diesel, que tem maior defasagem em relação ao mercado internacional, de quase 17%. No ano passado, não houve nenhum reajuste no preço do combustível.
A diferença dos preços interno e externo da gasolina é de 7%.
Por causa da defasagem e da alta acumulada do dólar, o setor privado e parte da própria Petrobras faz pressão para o reajuste dos preços, ressaltando que a situação atual pode causar prejuízo para a estatal.
Na segunda-feira (27), o presidente Lula se reuniu com a presidente da Petrobras Magda Chambriard e com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
No entanto, caso o reajuste seja anunciado, o consumidor pode sofrer duplamente.
No sábado (1º), a gasolina e o diesel já vão ter aumento, por causa do ajuste do ICMS, uma decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária de outubro de 2024.
Para economista do Ibmec Gilberto Braga, mesmo com a reunião do Conselho de Administração, a diretoria não deve anunciar aumento nessa semana, para evitar pressão política, decisão que pode ser justificada pela queda do dólar.
"Era praticamente certo que haveria essa recomposição de preços, mas a queda do câmbio e do preço do barril pode jogar contra isso nesse momento. Um intervalo muito curto de dias, que, certamente, tem um prejuízo de imagem para o governo, que já anda com a sua avaliação bastante combalida perante a população."
Ainda para Gilberto, o impacto da mudança no ICMS da gasolina pode ser maior na inflação, mas a mudança no valor do diesel traz mais mudanças para toda a cadeia produtiva.
"O reajuste do diesel pelo ICMS tem um impacto menor na inflação, mas o diesel tem um impacto em toda a cadeia econômica, pelo fato de nós termos um mercado que é essencialmente rodoviário em termos de distribuição e entrega de produtos. Então obviamente que, quando você aumenta o diesel, aumenta o custo da entrega."
O reajuste no ICMS é de 5,3% para o diesel e de 7,1% para a gasolina.