Após a redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os combustíveis, o etanol perdeu a competitividade em relação à gasolina no país.
Agora, apenas São Paulo e Mato Grosso têm o combustível a preços que valem a pena para o consumidor, frente aos preços da gasolina. No Brasil, o preço médio do etanol está em R$ 4,52, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Segundo o último boletim de preços da ANP, em São Paulo, o preço médio do etanol foi verificado em R$ 4,21, enquanto a gasolina está com um custo médio de R$ 6,10. Já no Mato Grosso, o etanol foi registrado com valor médio de R$ 4,03, e a gasolina em R$ 6,42.
Antes, Goiás e Minas Gerais também tinham preços mais vantajosos para o etanol na comparação com a gasolina. No estado do Centro-oeste, o valor médio do combustível caiu de R$ 4,62, para R$ 4,26, uma redução de R$ 0,36.
Entretanto, o recuo no preço da gasolina foi de R$ 1,02, passando de R$ 7,08 para R$ 6,06. Em Minas Gerais, o álcool passou de R$ 4,85, para R$ 4,68, queda de R$ 0,17. Já a gasolina foi de R$ 7,39 para R$ 6,57, registrando uma baixa de R$ 0,82 no preço por litro.
O Rio de Janeiro foi o estado com a maior queda no preço por litro do combustível do país, com uma redução de R$ 0,45 no preço médio. No último levantamento de preços, o estado tinha um preço médio de R$ 5,36, enquanto na semana retrasada esse preço era R$ 5,81.
Vale destacar que a gasolina tem a capacidade de fazer o veículo rodar mais quilômetros do que com o etanol. Em média, um litro de gasolina rende até 14 quilômetros (km), enquanto a mesma quantidade de etanol percorre em média 9 km.
Para verificar o combustível com melhor custo-benefício, o consumidor deve dividir o valor do etanol pelo preço da gasolina. Se o resultado for abaixo de 0,7, a melhor opção é o álcool.
Com a lei que limita um teto na cobrança do ICMS sobre combustíveis, a gasolina sofreu uma queda de 8,9% no preço médio no Brasil. Mas o etanol tinha uma alíquota do tributo menor que o da gasolina nos estados, o que explica porque a redução teve mais impacto no derivado de petróleo.
O economista do Ibmec, Gilberto Braga, explica que, além do menor impacto da medida legislativa, o etanol ainda sofre com os impactos da falta de chuvas que atingiu as plantações de cana de açúcar, matéria prima do combustível, no fim do ano passado.
A oferta está sendo menor do que as expectativas e projeções da própria ANP, e isso fez com que a oferta caísse. É um produto que tem correlação direta com a lei de oferta e demanda. Outro ponto até contraditório, é que apesar de ser um combustível limpo, ele é transportado por caminhões movidos a diesel, que não teve queda no preço., afirma o professor.
De acordo com dados da ANP, os estados da região Centro-oeste são os principais produtores do combustível no país. Com isso, o transporte do etanol é mais barato para esses estados, ou localidades próximas.