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O Dia - Edda Ribeiro (30/04/2019)

Trocar o rotativo do cheque especial pelo parcelado faz juros baixarem

Migração da dívida pode fazer os consumidores pagarem taxas até 50% menores

Trocar dívidas com juros altos por outras com taxas menores para sair do ‘vermelho‘ é o que cada vez mais clientes tentam fazer. Em março, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mais de um milhão de pessoas fugiram de um dos vilões dos juros: o cheque especial rotativo. Esse contingente foi para uma modalidade com taxa mais baixa, o chamado cheque especial parcelado. Desde 2018, 8,43 milhões optaram pela troca. O resultado para quem migrou representou redução de juros em quase dez pontos percentuais. Especialistas ouvidos pelo DIA recomendam outras linhas de credito, como o consignado, para que o consumidor acabe com dívidas mais pesadas.

"O cheque especial parcelado tem juros até 50% menores do que o tradicional rotativo do especial. O parcelamento permite planejar o orçamento porque o valor pago mensalmente é fixo", diz o professor da Ibmec e Fundação D. Cabral Gilberto Braga.

Com a mudança do rotativo para o parcela do especial, por exemplo, a taxa média paga por esses clientes cai de 12,63% (ao mês) para 3,32% (ao mês), de acordo com levantamento feito pela Febraban entre 12 bancos pesquisados.


Só em caso de emergência

Após alterações na modalidade que entraram em vigor em junho do ano passado, o ‘rotativo’ do especial ficou perigoso para o consumidor. Gilberto Braga defende que a modalidade deveria ser um meio apenas para situações de emergência. Agora, os bancos são obrigados a oferecer opção a quem usa mais de 15% do limite do especial durante 30 dias consecutivos. "Mas, pela facilidade do uso, do poder se endividar até o limite da conta especial, muitos criam a rotina de usar para gastos impulsivos e para fechar o buraco do orçamento mensal", adverte.

O especialista indica mudar até de banco para obter taxas menores. "O ideal é a portabilidade (transferência do crédito de um credor para outro) para uma instituição financeira que cobre menos juros. Pela ordem, o consumidor deve ir para crédito consignado, em que é feito desconto na folha de pagamento do cliente e tem os menores juros e; o financiamento do cheque especial parcelado.

Para evitar ficar preso no especial, é preciso planejar. É o que defende Alexandre Araújo, professor da Escola de Negócios nas áreas de Finanças e Contabilidade da Celso Lisboa. "Organizar não significa ‘planilhar’ e contabilizar gastos, e sim levantar os ganhos e o quanto se pode gastar. Ajustar limites de crédito oferecidos, seja na sua conta ou no cartão, é uma medida importante", orienta.

 

Bancos dão opções

Negociação via canal online e tarifas dependendo do relacionamento do cliente estão na lista de condições dos principais bancos. O Santander, por exemplo, tem soluções que chama de Crédito Unificado, de Crédito Reorganização e de Acordo. As taxas variam de acordo com o caso e o relacionamento do cliente, desde 0,69% ao mês até 7,89% ao mês.

As linhas de crédito Unificado são para clientes que possuem débitos ou até 30 dias de atraso e unem os saldos em aberto do cheque especial, cartão de crédito e crédito pessoal em um único contrato com taxas mais atrativas, parcelas fixas mensais e de prazo de até 60 meses. É possível negociar as condições em qualquer agência ou pelo https://www.santander.com.br/renegociacao-de-divida.

No caso do banco Itaú Unibanco, correntistas pode procurar os canais de atendimento ou agências do Itaú Unibanco. Quem não é correntista, deve entrar em contato pelos canais de atendimento ou ir até um Núcleo de Atendimento ao Cliente.

O mesmo vale para o Banco do Brasil, que disponibiliza o canal de atendimento por aplicativo com a função Solução de Dívidas. Procurados, o Bradesco e a Caixa Econômica não responderam até o fechamento da edição.