Sair da casa dos pais nem sempre é tarefa fácil. A tão sonhada independência, muitas vezes, pode sair cara. É por isso que compartilhar um apartamento ou uma casa pode ser uma boa alternativa. Assim, os custos são divididos entre mais pessoas, não pesando tanto no bolso.
Antes de sair da casa dos pais, faça os cálculos
A primeira dica para quem quer sair da casa dos pais é se organizar financeiramente. Gilberto Braga, economista e professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e da Fundação Dom Cabral (FDC), explica que é necessário organizar um orçamento pessoal e verificar se seus rendimentos são compatíveis (com o novo aluguel). Uma forma de fazer isso é levantar o quanto você vai gastar morando de forma compartilhada, ou seja, é listar item a item as despesas e seus valores.
A dúvida que fica, no entanto, é quais são esses gastos. Braga elenca alguns deles: A participação no rateio do aluguel, condomínio e despesas de concessionárias, como energia, água e gás, além da alimentação e das despesas pessoais. O economista explica que é preciso fazer atenção a outros custos que nem sempre lembramos que existem, como os gastos com sabão em pó, detergente e material de limpeza, por exemplo. Nesse caso, saber como é a rotina da casa, ou seja, se os itens são compartilhados entre todos ou se cada um compra os seus próprios produtos faz diferença no orçamento final. O fundamental é deixar essas determinações bem clara desde o início. Aqui falamos um pouco sobre isso.
Em relação ao transporte, pense se o novo lar se localiza mais longe ou mais perto de onde você mora com sua família. Por exemplo, se antes você ia a pé até a faculdade ou até o seu lugar de trabalho e agora vai começar a pegar o transporte público, ou o contrário.
É claro, no entanto, que não são só esses gastos que devem entrar na conta. Afinal, todo mundo curte sair no fim de semana ou comprar livros, roupas, equipamentos. Por isso, o economista, alerta: Os gastos não recorrentes costumam ser as saídas para diversão e entretenimento, normalmente não planejadas. E a pessoa vai na onda, gastando o que não tinha planejado e correndo o risco de comprometer o orçamento pessoal. O conselho, aqui, portanto, é incluir os momentos de lazer no seu orçamento pessoal, para que você não seja pego de surpresa depois.
Tenha sempre economias para emergências
Quem fez o orçamento pessoal e se deu conta que o salário (ou bolsa) é não é maior do que os gastos não está pronto/a para ir morar sozinho/a. Gilberto Braga indica que o maior erro dos jovens ao sair da casa dos pais é não ter o dinheiro suficiente e, em pouco tempo, passar a pagar as contas com atraso ou ficar devendo aos colegas de apartamento. Ele explica que isso pode desgastar a relação com os/as outros/as moradores/as e fazer com que você tenha que voltar para a casa da mãe. Como não é isso que você quer, pense em ter uma reserva. Dessa forma, se tiver problemas ou gastos extras em um mês poderá compensar com essa poupança.
Aprenda a economizar
Para quem vive no aperto, cada centavo conta. E há atitudes no dia a dia que podem ajudar a economizar. Gilberto Braga dá algumas dicas, entre elas, lavar e passar a roupa suja toda de uma vez para diminuir o uso da máquina de lavar roupa e do ferro de passar, por exemplo. Lavar várias vezes pouca quantidade de roupas ou ligar e desligar o ferro de passar com frequência aumentam o consumo de energia e, com isso, é claro, a conta de luz.
Sobre as refeições, ele indica que, se as compras do mês forem feitas coletivamente, uma alternativa é preparar alimentos como arroz e feijão em quantidade maior de uma única vez e congelar em porções de uso.
Sobre a limpeza, a saída é não contratar uma diarista ou empregada doméstica e, sim, organizar um mutirão de faxina com a participação de todos/as os/as moradores/as. Por fim, mesmo para quem está com dinheiro sobrando, é importante lembrar de apagar todas as luzes quando alguém não está no ambiente, não deixar o ar-condicionado ligado por mais tempo do que deveria, nem a geladeira aberta, por exemplo. Dividir o quarto com outra pessoa, ou morar em uma república podem ser alternativas também. Para os/as estudantes, neste post listamos algumas dicas.
É o momento ideal para deixar a casa dos pais?
Para o economista, é cada vez mais difícil saber qual é a hora certa de sair da casa dos pais. Os jovens tendem a retardar o momento de sair da casa dos pais por questões de afirmação profissional e economia. Assim, as pessoas focam mais nas suas carreiras e economizam para se mudarem para um imóvel melhor, quando a situação estiver mais tranquila. No entanto, ele pontua que a decisão acontece, muitas vezes, quando há conflitos de convivência. Outras, podem ser por busca de liberdade. Ou, ainda, quando nos mudamos para outras cidades por causa dos estudos. A verdade é que não há sensação melhor do que ser independente e ter um canto seu. Por isso, se você acha que está na hora certa de compartilhar um apê com os/as amigos/as, passe no Roomgo e encontre um quarto para você.
