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O Dia (06/01/2018)

Boas perspectivas

No começo de 2017 estávamos em plena recessão, com taxas de juros e inflação elevadas, desemprego crescentes e grave crise política. Chegamos a 2018 ainda com uma bagunça na política, mas com a economia melhor

Ano Novo, vida nova, literalmente na economia. No começo de 2017 estávamos em plena recessão, com taxas de juros e inflação elevadas, desemprego crescentes e grave crise política. Chegamos a 2018 ainda com uma bagunça na política, mas com a economia melhor.

Em 12 meses, colhemos inflação abaixo de 3%, as menores taxas de juros da história (Selic de 7%), PIB de 1%. Para 2018, podem-se estimar dois cenários. Um com e outro sem a Reforma da Previdência. Independente das questões individuais e dos direitos adquiridos (que devemser respeitados), a conta não fecha e o sistema não se sustentará por muito tempo.

Por isso, se a reforma for aprovada no primeiro trimestre, o cenário é mais positivo, com Selic de menos de 6% ao ano e o PIB crescendo mais de 4%. Sem a aprovação da reforma, a Selic deve estacionar em 6,5% e o PIB em 3,2%. O desemprego começa a cair de forma lenta, gerando mais vagas temporárias e de baixa remuneração, mas mostra reversão e há chance de melhora qualitativa, sem ainda sem os postos de trabalhos perdidos nos últimos três anos.

Obviamente, a eleição presidencial e as propostas poderão interferir em sentido positivo na economia. Isso quer dizer, que as previsões de 2018 partem de um cenário mínimo, com qualquer que seja o eleito entre os cerca de 15 nomes cogitados no momento. 

Ou seja, analistas entendem que a economia, pela primeira vez desde que se voltamos a ter eleições diretas, passa ao largo da decisão do eleitor. Há consenso e percepção de que o estrago econômico é remediado lentamente. Por isso, nenhum candidato tem propostas mirabolantes. Logo, o voto em outubro de 2018 deverá ser decidido muito mais pelas denúncias e estragos da Lava Jato.

O eleitor vai pesar a integridade dos postulantes e capacidade de articulação para construir uma base de apoio politicamente sólida e viável, num momento em que não há nome com grande vantagem na disputa. O Ano Novo trará grandes emoções, mas, sem nenhuma grande confusão na Coreia do Norte e no Oriente Médio, deveremos estar nas eleições de outubro com a economia crescendo 3% em 12 meses.